sexta-feira, 20 de maio de 2011

Maldição Divina - 14º Capitulo

FUTURO PRESENTE

Moglli acorda. Está claro, é dia, mais precisamente fim de tarde. Olha em volta, mas não acha os corpos. Eles devem ter saído de lá. Mas por que não fizeram nada com ele? Melhor sair de lá antes que eles voltem. Ele procura a direção do castelo e nota que a arvore que ele prendeu Logan não está ali. Repara que não é a mesma paisagem. Com certeza não está no mesmo lugar. Mas ele segue na direção que acha que fica o castelo. Começa a ver um campo aberto mais a frente. Chegando mais perto, acha estranho. O chão é muito claro. Perto do castelo era uma terra quase preta. Moglli continua na direção do campo aberto. No centro do campo branco, um grande muro, um cercado com mais de dez metros de altura. Entre Moglli e o portão meio aberto, um tronco com mais de dois metros de altura, e aparentemente com mais de vinte centímetros de diâmetro. Dois homens carregando um terceiro. Os dois vestem uma armadura muito brilhante com uma capa vermelha nas costas e uma espada larga na cintura. No peito da armadura, o que parece ser uma cruz vermelha. Templários? Será que ele voltou no tempo como os dois haviam dito? O terceiro homem estava praticamente nu. Veste apenas um calção curto. Eles prendem o terceiro homem no tronco. Seus braços são presos em algemas presas no topo do tronco. Um dos cavaleiros finca uma espada no chão perto do homem preso. Moglli chega até perto do limite da floresta e fica escondido, observando. Areia. Um enorme campo de areia com a muralha no meio. Os dois cavaleiros voltam para dentro da muralha. O portão é fechado. Os dois aparecem em cima do muro, e Moglli nota que o muro está cheio de homens armados. Quanto mais a noite chega, mais sérios os homens em cima do muro ficam. Acabou o por do sol, e a noite chega completamente. O homem preso no tronco está tão curioso quanto Moglli, apenas um pouco mais apavorado. Moglli começa a sentir um cheiro vindo do interior da floresta que vai crescendo. Vampiros. Muitos deles. E estão vindo em uma velocidade assustadora. Eles chegaram. Vieram saltando de arvore em arvore e pularam para o areião. Deus. O homem é um sacrifício. São tantos vampiros. Quando os primeiros vampiros pulão para o areião, o homem peso começa a se agitar, tentar arrancar as correntes, provavelmente para fugir. Os homens armados em cima do muro atiram incansavelmente nos vampiros. Então o homem não era um sacrifício propriamente dito. Ele era uma isca. Olhando novamente para o tronco, Moglli nota que o homem não está lá. Alguns metros para o lado está o homem, rodeado por vampiros. Ele arranca braços e cabeças dos vampiros com uma facilidade enorme. Mal parece colocar força no braço que segura a espada. O areião já está cheio de vampiros. Alguns tentando acertar o homem ali no meio, e outros tentando subir no muro. O portão se abre um pouco, e os dois cavaleiros saem e fazem o mesmo que o homem, cortam os vampiros em pedaços. Não para de chegar vampiros. Já passa de cem, e parece que tem muitos mais pra chegar. Os olhos dos três homens no meio dos vampiros estão amarelos, e eles atacam sem parar, zunindo a espada para cá e para lá. De repente, alguém agarra Moglli e joga-o no meio do areião. Moglli cai de pé, e vários vampiros vão pra cima dele. Moglli vai batendo e chutando. Quando consegue um espaço maior de tempo sem ser atacado, começa a se transformar na forma lupina. Os vampiros em volta ficam olhando pasmos para fera, mas logo voltam a atacar, em vão. Moglli distribui tapas e mordidas, fazendo os vampiros voarem para longe ou caírem no chão. Alguns sem cabeças ou braços, outros com enormes cortes no peito e barriga. Aproximadamente duas horas depois, os vampiros que conseguiram ficar vivos correram de volta para floresta. Os olhos dos homens voltam ao normal. E seus rostos perdem aquele ar de raiva. Eles ficam olhando abismados para Moglli, enquanto ele volta a sua forma humana. Os dois cavaleiros se olham, e vão na direção de Moglli, guardando as espadas.
- Não sei quem ou o que você é. Mas qualquer um que mata o tanto de vampiros que você matou merece o meu respeito e pode ser considerado nosso amigo. Prazer, meu nome é Filipe, este é o Tiago e aquele ali é o André.
- Me chamam de Moglli. Podem me dizer onde estou e o que tá acontecendo aqui?
- Sim. Vamos responder as suas perguntas, e espero que responda as nossas. Mas, vamos entrar. Não é seguro ficar aqui fora de noite. Acho que não vão voltar, mas na duvida.
Dentro da muralha, muitas casas. Uma pequena vila. Pessoas simples andando pra fora das casas, alguns poucos veículos e alguns cavalos onde seria uma garagem e estabulo. Soldados e cidadãos ficam em volta dos cavaleiros e de Moglli.
- Senhores, vocês tem o que fazer. Vou conversar com ele a sós. Eu, ele e os outros bentos. Vamos para o refeitório. Lá conversaremos sem esses espectadores.
Eles entram em uma construção térrea, com uma porta dupla e muitas janelas, todas com grades. Eles sentam em uma das grandes mesas do refeitório.
- Você começa Moglli.
- Muito bem. Eu estava em uma ilha na Grécia, quando dois seres que vieram do passado tomaram os corpos dos meus amigos e estavam usando pra eles. Briguei com eles e apaguei. Depois, acordei no meio dessa floresta ai na frente e o resto vocês já sabem.
- O que é você?
- Sou um lobisomem. E estava em dois mil e onze.
- Um Lobisomem. Se me dissesse isso há dez anos, eu não acreditaria. Bom, não sei como chegou aqui, mas agradeço a ajuda lá fora.
- Opa! Em que ano estou? O que tá acontecendo aqui? E o que são vocês? Nenhum humano comum poderia fazer o que vocês fizeram lá fora!
- Estamos em dois mil e vinte e cinco. Em dois mil e quinze, o mundo parou. O sol ficou três dias sem aparecer, panes elétricas, milhões de pessoas desmaiaram e estão dormindo até hoje. Das que sobraram acordadas, muitas viraram vampiros. Muitas pessoas morreram desde então. Depois de um tempo, os vampiros tinham destruído a maioria das formas de comunicação e mataram muitas pessoas, então criamos essas fortificações. Todas as grandes cidades foram abandonadas. Alguns dos adormecidos estão nas nossas fortificações. Mas a maioria está nos covis dos vampiros servindo de alimentação, ou perdidas nas cidades. Algumas pessoas foram acordando. Algumas delas acordaram como vampiros, outras como eram antigamente, e alguns poucos acordaram como bentos. Nós somos bentos. Somos mais fortes e mais rápidos do que as pessoas comuns. Toda vez que vampiros chegam perto, só de sentir o cheiro, ficamos loucos, incontroláveis. Atacamos todos os vampiros por perto. E só passa quando não sentimos mais o cheiro deles. O André é um desperto recente. Acordou faz alguns dias, mas fizemos alguns testes com ele para descobrir se era um bento. E ai está. É o vigésimo nono bento. Ficamos muito felizes com mais um bento despertando. Sabe, não é muito comum bentos despertarem. No Brasil inteiro só temos vinte e nove bentos vivos.
Um soldado entra correndo no refeitório gritando.
- O trigésimo acordou. Ele acordou! Estamos salvos!
- Trigésimo bento? E daí?
- O trigésimo bento é especial. Se a lenda estiver certa, estamos salvos.

3 comentários:

  1. resumo do que achei: fudido, inspiração no vianco... fudidaço.

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  2. Inspiração? É quase um resumo de Bento com um lobisomem e viagens temporais! huahauha Adorei! Meu primeiro livro do Vianco ;)

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  3. e onde foram parar o logan e a tati??? hmm.. eis a questãoo!!!

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